Da realidade a minha história.
O livro "Nada de Novo no Front" viria a ser um dos maiores romances anti-guerra da história e a obra máxima de Erich Maria Remarque. Nesse livro ele narra à desventura dos soldados e de toda a geração que participou da Primeira Guerra Mundial. Baseado nos seus próprios diários enquanto combatente, "Nada de Novo no Front" usa a ficção para representar a realidade daqueles tenebrosos dias com extremo detalhismo e uma minúcia digna de quem viveu e viu todos os horrores protagonizados por uma sociedade dita civilizada e evoluída.
Esta sociedade que através de um esforço mínimo protagonizou uma das maiores ações humanitárias da história humana, que mesmo com a demora, chegou. Com o tempo eu percebi que a derrota contra a burrice na verdade era o maior sinal de desespero por fome e sede de vida.
Quando eu escolhi este titulo eu estava pensando em escrever sobre os dias em que eu fiquei na base brasileira e o marasmo que minha vida se tornou por dois dias, mas, mudei de idéia vou passar direto para o dia seguinte e um novo rumo em minha viagem. Desta vez acompanhado de uma multidão e ao mesmo tempo da solidão.
A busca por trabalho.
Eu já estava realmente longe de Porto Príncipe e não havia a possibilidade de retorno então optei por uma nova perspectiva, não gostaria de visualizar as mesmas imagens de sofrimento e caos. Pude verificar ainda na Hospital Base que havia um posto de comando Mexicano Digner, onde grande parte dos recursos internacionais seriam distribuídos.
O ônibus mágico
Um ônibus muito simpático, colorido e com uma superlotação evidente passou por mim fiz questão de pará-lo, perguntei se poderia me unir a eles e em troca da minha passagem passaria a viagem auxiliando e trabalhando. O resultado?
O ônibus mágico desapareceu como em um passe de mágica.
Próximo Capítulo: “Um pôr-do-sol em Dleudon”.
quinta-feira, 25 de fevereiro de 2010
quinta-feira, 18 de fevereiro de 2010
Capitulo 5.2: O meu resgate parte 2
Quando cheguei ao topo do acampamento peguei o maior numero de equipamentos possíveis e junto com minha manada humana retornei ao local do resgate.
Quando você se coloca em uma situação de risco, também se coloca em xeque com algumas escolhas. Como eu era o único no local que poderia coordenar a situação com segurança não pude executar algumas tarefas de alto risco como entrar nas ruínas do prédio, subir ao que seria o quarto andar e fazer a fundição do cabo, este ponto pra quem entende de rapel ou jump, sabe que é a parte mais difícil e mais importante ao mesmo tempo.
Quando já havia idealizado o melhor caminho e a suposta melhor viga, conduzi um voluntário para fazer o meu trabalho.
Covarde? Acho que não. Gosto de pensar que fui realista. Acabara de correr uma distância razoável.
Impossibilitado de fazer minha primeira ideia, optei por fazer uma corrente em laço que me possibilitaria instalar duas roldanas que reduziriam o peso. Na viga que estava junto ao Ricardo preparei uma corrente em formato de “8” onde somente o lado direito foi tracionado.
A mágica acontece e a Morte chega perto.
Muitas vezes eu brinco e digo aos meus amigos que sou muito azarado. Neste dia a sorte estava do meu lado. Com a ajuda de outra corda que foi emendada, a viga foi levantada em uns cinco centímetros e muitos gritos de força e dor. A equipe de resgate retirou mais um homem sem pátria de suas ruínas.
Um grande problema, uma viga partida e uma vida quase rompida. Eu já cheguei muito perto da morte por algumas vezes, mas, esta foi especial a viga que estava no plano elevado se partiu derrubando a vida que estava em parte suspensa e caindo a um nariz de distância do meu próprio nariz.
O resultado:
Ricardo e eu fomos encaminhados para o Hospital de campana Brasileiro. Ele com duas faturas graves na parte inferior do corpo e eu pela primeira vez vi um osso que pertencia ao meu corpo. Ainda tenho a cicatriz do dedo mindinho.
Próximo capítulo: "Nada de Novo no Front"
segunda-feira, 15 de fevereiro de 2010
Lula vai a Vancouver para aprender a fazer olimpíadas de inverno.
O presidente do Brasil Luiz Inácio Lula da Silva, foi ontem ao Canadá prestigiar as límpidas de inverno, seu objetivo ficou claro em seu pronunciamento oficial.
“ Companheiros e companheiras, nunca antes na história deste país foi vista uma olimpíada tão bela como esta. É de ficar emocionado com tanta beleza e velocidade. Minha companheira Dilma pode dizer o quanto eu fiquei impressionado com estes jogos [...]. Mas eu não fim a passeio, com a redução do IPI as geladeiras e com as chuvas que tomaram São Paulo e o Brasil nos últimos anos eu posso afirmar, com certeza, o Brasil está preparado para sediar os próximos jogos de inverno em 2018 que será sediado no nordeste, em Pernambuco. Vamos brigar com os países do norte, e vamos vencer como já fizemos com as Olimpíadas do Rio, a Copa do Mundo de Futebol e o Pré-sal”.
É lógico que isto é uma brincadeira
Semelhante?
“ Companheiros e companheiras, nunca antes na história deste país foi vista uma olimpíada tão bela como esta. É de ficar emocionado com tanta beleza e velocidade. Minha companheira Dilma pode dizer o quanto eu fiquei impressionado com estes jogos [...]. Mas eu não fim a passeio, com a redução do IPI as geladeiras e com as chuvas que tomaram São Paulo e o Brasil nos últimos anos eu posso afirmar, com certeza, o Brasil está preparado para sediar os próximos jogos de inverno em 2018 que será sediado no nordeste, em Pernambuco. Vamos brigar com os países do norte, e vamos vencer como já fizemos com as Olimpíadas do Rio, a Copa do Mundo de Futebol e o Pré-sal”.
É lógico que isto é uma brincadeira
Semelhante?
uhahuauhauhauhauhauhau
sábado, 13 de fevereiro de 2010
Capitulo 5: O meu resgate
Ao chegar a Porto Príncipe meu coração já estava desolado.
A destruição, o caos e o medo eram tão grandes quanto a minha vontade de intervir, ajudar e resgatar. Não foram poucos os pedintes que em um francês precário nos ofereciam seus filhos para ficarem sobre nossa tutela.
Em pouco tempo lá já estávamos sobrecarregados de tarefas, a minha primeira foi ajudar e terminar um resgate de uma senhora de idade, ajudava na retirada de pedras e para falar a verdade neste eu fiquei na observação. Tudo para pegar o ritmo da equipe.
O trabalho não acabava.
Quando a equipe já se preparava para descansar o trabalho era sempre retomado e eu recorria à ração ou a uma barrinha de cereal. Nesta noite eu não estava 100% a muito não dormia e o cansaço começava a tomar conta de minhas decisões.
O nosso acampamento foi tomado por uma legião de homens e crianças que pulavam e falavam: “Help find someone alive, please help us”. Nossa equipe se dirigia ao local guiados por esta massa silenciosa, inquieta e com uma vontade de ajudar muito grande.
Um prédio uma vida.
Nos escombros de um prédio residencial estava Ricardo Dumont, 32 anos, completamente soterrado e a minha primeira impressão foi bastante positiva, pois, ele respondia e só reclamava de muita sede. A equipe optou por um resgate rápido e com o maior número de ajudantes possíveis. Já que prédio formava um “C” sobre nós o que tornava esta missão de alto risco.
Pedras retiradas, e um enorme problema, uma das vigas de sustentação do prédio estava sobre a parte inferior do corpo de Ricardo. Mesmo partida do meio a viga não poderia ser removida por mãos humanas.
Uma grande idéia.
Junto ao meu equipamento eu teria o necessário para uma pequena elevação da viga isto é se ele resistisse a tração de mais de duas toneladas.
Em breve: “O meu resgate parte 2”
terça-feira, 9 de fevereiro de 2010
Braços pequenos
Estou querendo postar algo a muito tempo sobre como os nossos braços são pequenos.
Ai me lembrei de como foi difícil tirar fotos em uma viagem que fiz sozinho. E queria tirar uma foto da mochila e do meu rosto. Impossível...
Esta por exemplo:
Só mostra uma metade de mim.
Outra parte incompleta
E nada que eu fizesse poderia juntar as duas partes por completo.
O desespero foi tomando parte de minha personalidade
Apelei para as sombras.
E para a luz.
Mas meus braços ainda eram pequenos e tão distantes de mim. Querendo apenas o seu abraço para completar um sorriso, para completar a minha vida.
sexta-feira, 5 de fevereiro de 2010
Capítulo 4: A maior queda de minha vida.
Sim eu cochilei em cima do caminhão e sim eu cai. Não, não me machuquei, mas, foi complicado correr atrás do caminhão e conseguir subir nele.
Esta pôde ser a minha maior queda física, porem, a moral ainda estava por vir.
Ao passarmos por Tamayo, compreendemos que ser um país pobre em uma ilha é muito complicado, algumas horas depois chegamos a um cerco humano, pessoas famintas, sedentas todo tipo de ajuda possível. Como o meu caminhão era o terceiro no comboio não consegui ouvir o primeiro contato da ONU com estas pessoas, até hoje eu não sei como ou o porquê da tentativa se saque.
Um momento de tenção tomou a atmosfera, um ar pesado e por alguns segundos eu entendi que a ajuda seguiria ao Haiti mesmo em detrimento de vidas.
Ressaca Moral.
Se eu descesse do caminhão perderia uma valiosa oportunidade de realizar meu objetivo, se descesse não teria como ajudar sozinho a matar a fome, a medicar e dar esperança para todos.
Três tiros.
Enquanto pensava não percebi que o saque ao caminhão scout havia começado e um susto tomou conta de meu coração, boca e alma. Um soldado efetuou um disparo, seguido por um eco interminável e gritos de todas as partes, gritei de horror.
Não conseguia ver o que ocorria o medo pela minha preservação foi maior que a vontade de lutar por ela.
À frente mais dois disparos, e mais uma vez a raça humana mostrou a sua irracionalidade. E o conflito apaziguado agora era representado por três balas de um revolver, lançadas ao ar, e três cápsulas, lançadas ao chão.
Próximo capítulo: O meu resgate.
Esta pôde ser a minha maior queda física, porem, a moral ainda estava por vir.
Ao passarmos por Tamayo, compreendemos que ser um país pobre em uma ilha é muito complicado, algumas horas depois chegamos a um cerco humano, pessoas famintas, sedentas todo tipo de ajuda possível. Como o meu caminhão era o terceiro no comboio não consegui ouvir o primeiro contato da ONU com estas pessoas, até hoje eu não sei como ou o porquê da tentativa se saque.
Um momento de tenção tomou a atmosfera, um ar pesado e por alguns segundos eu entendi que a ajuda seguiria ao Haiti mesmo em detrimento de vidas.
Ressaca Moral.
Se eu descesse do caminhão perderia uma valiosa oportunidade de realizar meu objetivo, se descesse não teria como ajudar sozinho a matar a fome, a medicar e dar esperança para todos.
Três tiros.
Enquanto pensava não percebi que o saque ao caminhão scout havia começado e um susto tomou conta de meu coração, boca e alma. Um soldado efetuou um disparo, seguido por um eco interminável e gritos de todas as partes, gritei de horror.
Não conseguia ver o que ocorria o medo pela minha preservação foi maior que a vontade de lutar por ela.
À frente mais dois disparos, e mais uma vez a raça humana mostrou a sua irracionalidade. E o conflito apaziguado agora era representado por três balas de um revolver, lançadas ao ar, e três cápsulas, lançadas ao chão.
Próximo capítulo: O meu resgate.
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Capítulo 4: A maior queda de minha vida.