sexta-feira, 5 de fevereiro de 2010

Capítulo 4: A maior queda de minha vida.

Sim eu cochilei em cima do caminhão e sim eu cai. Não, não me machuquei, mas, foi complicado correr atrás do caminhão e conseguir subir nele.


Esta pôde ser a minha maior queda física, porem, a moral ainda estava por vir.

Ao passarmos por Tamayo, compreendemos que ser um país pobre em uma ilha é muito complicado, algumas horas depois chegamos a um cerco humano, pessoas famintas, sedentas todo tipo de ajuda possível. Como o meu caminhão era o terceiro no comboio não consegui ouvir o primeiro contato da ONU com estas pessoas, até hoje eu não sei como ou o porquê da tentativa se saque.

Um momento de tenção tomou a atmosfera, um ar pesado e por alguns segundos eu entendi que a ajuda seguiria ao Haiti mesmo em detrimento de vidas.

Ressaca Moral.

Se eu descesse do caminhão perderia uma valiosa oportunidade de realizar meu objetivo, se descesse não teria como ajudar sozinho a matar a fome, a medicar e dar esperança para todos.

Três tiros.

Enquanto pensava não percebi que o saque ao caminhão scout havia começado e um susto tomou conta de meu coração, boca e alma. Um soldado efetuou um disparo, seguido por um eco interminável e gritos de todas as partes, gritei de horror.

Não conseguia ver o que ocorria o medo pela minha preservação foi maior que a vontade de lutar por ela.

À frente mais dois disparos, e mais uma vez a raça humana mostrou a sua irracionalidade. E o conflito apaziguado agora era representado por três balas de um revolver, lançadas ao ar, e três cápsulas, lançadas ao chão.

Próximo capítulo: O meu resgate.

1 comentários:

Fabiana disse...

Me prende tão fácil esses relatos...
Ressaca moral deveria existir sim, para todos nós, mas acredito que nesse momneto aí não era oportuno.
Fez bem em seguir no caminhão!

Os tiros me deram medo.

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