quinta-feira, 18 de fevereiro de 2010

Capitulo 5.2: O meu resgate parte 2

Quando cheguei ao topo do acampamento peguei o maior numero de equipamentos possíveis e junto com minha manada humana retornei ao local do resgate.

Quando você se coloca em uma situação de risco, também se coloca em xeque com algumas escolhas. Como eu era o único no local que poderia coordenar a situação com segurança não pude executar algumas tarefas de alto risco como entrar nas ruínas do prédio, subir ao que seria o quarto andar e fazer a fundição do cabo, este ponto pra quem entende de rapel ou jump, sabe que é a parte mais difícil e mais importante ao mesmo tempo.

Quando já havia idealizado o melhor caminho e a suposta melhor viga, conduzi um voluntário para fazer o meu trabalho.

Covarde? Acho que não. Gosto de pensar que fui realista. Acabara de correr uma distância razoável.

Impossibilitado de fazer minha primeira ideia, optei por fazer uma corrente em laço que me possibilitaria instalar duas roldanas que reduziriam o peso. Na viga que estava junto ao Ricardo preparei uma corrente em formato de “8” onde somente o lado direito foi tracionado.

A mágica acontece e a Morte chega perto.

Muitas vezes eu brinco e digo aos meus amigos que sou muito azarado. Neste dia a sorte estava do meu lado. Com a ajuda de outra corda que foi emendada, a viga foi levantada em uns cinco centímetros e muitos gritos de força e dor. A equipe de resgate retirou mais um homem sem pátria de suas ruínas.

Um grande problema, uma viga partida e uma vida quase rompida. Eu já cheguei muito perto da morte por algumas vezes, mas, esta foi especial a viga que estava no plano elevado se partiu derrubando a vida que estava em parte suspensa e caindo a um nariz de distância do meu próprio nariz.

O resultado:

Ricardo e eu fomos encaminhados para o Hospital de campana Brasileiro. Ele com duas faturas graves na parte inferior do corpo e eu pela primeira vez vi um osso que pertencia ao meu corpo. Ainda tenho a cicatriz do dedo mindinho.

Próximo capítulo: "Nada de Novo no Front"

1 comentários:

Débora Bonato disse...

Um milhão de sentimentos conjuntos a um milhão de elementos semânticos, nos dando o prazer, a aflição e o sentimento de estarmos vivendo junto.
Emoção é pouco, personificação e realismo. É talvez sejam palavras que caibam bem aqui...

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