Ao chegar a Porto Príncipe meu coração já estava desolado.
A destruição, o caos e o medo eram tão grandes quanto a minha vontade de intervir, ajudar e resgatar. Não foram poucos os pedintes que em um francês precário nos ofereciam seus filhos para ficarem sobre nossa tutela.
Em pouco tempo lá já estávamos sobrecarregados de tarefas, a minha primeira foi ajudar e terminar um resgate de uma senhora de idade, ajudava na retirada de pedras e para falar a verdade neste eu fiquei na observação. Tudo para pegar o ritmo da equipe.
O trabalho não acabava.
Quando a equipe já se preparava para descansar o trabalho era sempre retomado e eu recorria à ração ou a uma barrinha de cereal. Nesta noite eu não estava 100% a muito não dormia e o cansaço começava a tomar conta de minhas decisões.
O nosso acampamento foi tomado por uma legião de homens e crianças que pulavam e falavam: “Help find someone alive, please help us”. Nossa equipe se dirigia ao local guiados por esta massa silenciosa, inquieta e com uma vontade de ajudar muito grande.
Um prédio uma vida.
Nos escombros de um prédio residencial estava Ricardo Dumont, 32 anos, completamente soterrado e a minha primeira impressão foi bastante positiva, pois, ele respondia e só reclamava de muita sede. A equipe optou por um resgate rápido e com o maior número de ajudantes possíveis. Já que prédio formava um “C” sobre nós o que tornava esta missão de alto risco.
Pedras retiradas, e um enorme problema, uma das vigas de sustentação do prédio estava sobre a parte inferior do corpo de Ricardo. Mesmo partida do meio a viga não poderia ser removida por mãos humanas.
Uma grande idéia.
Junto ao meu equipamento eu teria o necessário para uma pequena elevação da viga isto é se ele resistisse a tração de mais de duas toneladas.
Em breve: “O meu resgate parte 2”
2 comentários:
Ótimo texto! Fico ansioso esperando os próximos!!!
Impressionante o pedido por água!
Aflição do peso que estava sobre ele.
:x
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